Uma carta especial

Quem sabe eu ainda sou uma garotinha
Esperando o ônibus da escola sozinha



Eu recebi o chamado.
Aprendi tanta coisas esses últimos meses que parece que envelheci dez anos. A vida me cobrou independência, atenção e disciplina e eu perdi algo nesse meio caminho.
Veio me aquela sensação, no fundo da alma, que algo estava faltando. Não como se eu percebesse que faltava aquela peça perfeita que completa um quebra-cabeças, mas como se eu estivesse esquecido alguma coisa em casa. E realmente, perdi algo lá por 2015, e senti que deveria procurar aqui em casa. Essa casa que se reformou tanto nesses últimos meses que nem parece a mesma. Agora tenho uma garagem, uma garagem ampla e branca, que anseia por conhecimento, uma garagem que não foi construída para ficar vazia.
E, de repente, recebi o chamado, na caixa de correio dessa casa. Era uma carta. Quem me mandou foi a escrita, e ela quer entrar aqui em casa.
Então eu deixei. Porquê não há a possibilidade de não dar em nada, cada escolha provoca uma circunstância, ação e reação, posso ver no máximo como um treino.
Então eu voltei. Voltei a postar nesse blog, feito por uma menina de 15 anos com mais sonhos do que fios de cabelo, na qual escreve agora uma quase mulher, com mais problemas do que sonhos. Mas ainda há sonhos, mais do que os fios de cabelo.



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