Como eu vou dizer para aquela garotinha de 12 anos que ela finalmente alcançou o seu sonho, mas que ainda não é o fim? 


Escrevo da França, o lugar que, de tão longe e idealizado, eu nunca achei que iria chegar. Mas eu cheguei. Por alguns percalços da vida, da cabeça, do tempo e do trabalho, deparei-me novamente frente a este blog que fiz há quase uma década atrás. Isso fez-me olhar para esse tempo de dolorosa e divertida devoção, obstinação e desilusão, que me fez chegar do outro lado do Atlântico. Volto para falar-te que foi possível, que está sendo possível de uma forma que nunca poderia ter sido imaginada de tão singular e especial, e que não é o fim. 


As sementes brotadas seguem sendo germinadas, o sol não parou de brilhar, a chuva não haverá de deixar de cair, e este é só o começo, o treino para um objetivo maior que, de tão obstinado e idealizado, ainda cheira a impossível. Os cenários servem de inspiração para tal missão, que será concluída com o florescimento de mais uma semente. Em frente, até ficar longe demais para olhar para trás.


Lyon, 2022. 




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